Coppola se pronuncia sobre "os novos rumos da arte"

Nós precisamos ser espertos nesses assuntos. É preciso lembrar que há míseros cem anos, e olhe lá, os artistas trabalham com dinheiro. Artistas nunca tiveram dinheiro. Artistas tinham um patrono, seja ele o líder do estado ou o duque de algum lugar, ou a igreja, ou o papa. Ou eles tinham outro emprego. Eu tenho outro emprego. Eu faço filmes. Ninguém me diz o que eu tenho que fazer. Mas eu faço meu dinheiro na indústria do vinho. É ter um outro emprego e acordar às cinco da manhã para escrever seu roteiro.
Essa ideia de que o Metallica ou qualquer outro cantor de rock tem de ser rico é algo que não necessariamente vai acontecer daqui para frente. Porque, como estamos entrando em uma nova era, talvez a arte seja gratuita. Talvez os estudantes estejam certos. Eles devem ter o direito de baixar músicas e filmes. Eu vou levar um tiro por dizer isso. Mas quem disse que a arte custa dinheiro? E, portanto, quem disse que os artistas têm que ganhar dinheiro?
Nos velhos tempos, há 200 anos, se você fosse um compositor, o único jeito de ganhar dinheiro era viajando com a orquestra e sendo o condutor, para assim ser pago como um músico. Não havia registros. Não existiam royalties de registros. Então eu diria: “tente desconectar a ideia de cinema com a ideia de ganhar a vida e dinheiro”. Porque há soluções ao redor disso.
A fala acima é do mestre (hoje pouco produtivo) Francis Ford Copolla, diretor de clássicos do naipe da trilogia O Poderoso Chefão, Apocalypse Now e A Conversação.

Não posso dizer que concordo com ela inteiramente, a dinâmica do mundo mudou bastante, e creio que parte dessas mudanças de certa exigem que artistas recebam por seus trabalhos. Fora que para Coppola é fácil falar, já que tira uma boa grana com vinhos e viveu na seminal e produtiva década de 70. Mas mesmo concordando que artistas merecem remuneração pela arte deles, não concordo com a extremada industrialização que as artes alcançaram principalmente nos EUA, com executivos que mais se assemelham a mafiosos e gastos infindos com uma tropa de advogados que só servem pra ameaçar cinéfilos/fãs de música que querem baixar gratuitamente os produtos pela internet. Considero que tudo deve possuir um equilíbrio e não é isso o que está ocorrendo hoje.
E no fim, usando a prova-mestre, dá pra imaginar se a industrialização está fazendo bem a arte: a arte melhorou ao longos das décadas, quando as leis de royalties e copyright ficaram mais rígidas? Pense nisso e opine!


via(gizmodo)

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