Mercado de Capitais, Parte 3

Por Caio Augusto Rodrigues, Vulgo Sukinha



 A bolsa de valores
  Os valores dos títulos nas bolsas

A determinação do valor das ações é um problema que, constantemente, se apresenta no mundo dos negócios e na vida particular das pessoas.
Outros especulam em Bolsas, inspirados por ”consultores” que lhes indicam o que á de melhor para comprar e, às vezes, aumentam muito mais a porcentagem de lucro no mercado de ações.
Outros, ainda, preferem a “observação pessoal”, quer por critérios de “probabilidades”, quer por “intuições”.
Os que seguem “tecnicamente” os valores lastreiam suas opiniões nos “lucros que se esperam” de cada negócio e nos “fatores de variações”. Elementos diversos, neste caso, orientam seus pareceres em: Balanços, mudanças de políticas, econômicas, favores fiscais, grandes contratos comercias, ampliações industriais, planos especiais do governo, etc.
Há sempre, todavia, uma aferição de “valores de oferta e procura”, a qual se afirma em critérios pessoais, super, ou subestimado, não raro, o “valor efetivo” das ações.
Afirmar que o valor da Bolsa de um título seja o real é fugir aos princípios técnicos.
Muitas são as “variáveis” que participam das especulações em Bolsas, porquanto devem ser entendidas, conforme ensinamento de Francesco Vito, como “a atividade de quem se propõe a obter lucro através  das variações dos preços” (Economia Política, vol. 2°, pág.208, 11ª edição, Milano, 1956) e, assim, muitos fatores influem na formação de tais valores.
O risco será tanto menor quanto mais conhecimento das causas possuir o investidor ou quem o representa.



 Fatores que, nas bolsas, influem nos valores das ações
Em sua obra M”anual Bursatil”, Augusto R. Machado apresenta os seguintes fatores que influem na determinação dos valores das ações em Bolsa (segundo seus estudos da bolsa de Bueno Aires) 
1° _ Fatores de ordem interna
a)      Diretamente Relacionados com a Empresa:
1 - Perspectiva, planos e capacidade de ganhos da empresa;
2 – Rentabilidade de suas ações;
3 – Situação econômica e financeira.        

b)      Indiretamente Vinculados com a Empresa:
1 – Atividade desenvolvida com relação à atualidade econômica do país (conjuntura);
2 – Medidas governamentais de ordem econômica ou política;
3 – Acontecimento políticos internos;
4 – Situação do mercado de mobiliário em geral;
5 – Estado do mercado, em particular, das ações da empresa;
6 – Fatos naturais, esporádicos;
7 – Fatores psicológicos diversos.

2° _ Fatores de ordem externa:
1 – Acontecimentos econômicos estrangeiros, vinculados com o país;
2 – Sucessos econômicos exteriores com reflexo “simpático” sobre o país;
3 – Estado das praças mobiliarias das principais nações.

Como bem classifica o autor, existem fatores que se criam:
A – dentro da empresa;
B – fora da empresa, mas dentro do país;
C – fora da empresa e fora do país.

Na realidade, todos os fatores possuem condições de influencia, porem
variam de acordo com a importância “em um dado elemento”.
            Em condições “normais” , quando o país se encontra em desenvolvimento, estabilizado politicamente, os fatores que passam a preponderar são aqueles dentro da empresa neste caso os refletidos pelo seus “Balanços” (embora isto não seja uma norma infalível).
            O peso intrínseco de uma empresa tende a ser um dos fatores que mais “constantemente” influem.
            Daí a importância dos “Balanços”, como elementos que norteiam os investidores.
            Quando há, todavia, desordem interna no país, motivada por um governo incapaz, ensejando crises políticas, sociais e econômicas, o fator “estimulo” esfria-se no investidor.
            Dentro de uma condição econômica favorável, compete aos fatores contábeis dar “maior” ou “menor” impulso à fixação dos valores das ações de uma empresa.
            Ao especulador de Bolsas não interessa a empresa, como uma unidade econômica, em seus objetivos, mas as ações, como autênticas “mercadorias” que trazem lucros nas variações de seus preços ou cotações.




 Fatores econômicos na formação dos valores das ações nas bolsas

            Uma economia nacional depende de uma grande variedade de fatores.
            No tocante ao investimento depende, substancialmente, de disciplina e de clima propício a ele.
            Nesse particular, modificações rápidas se verificam e a administração pública desempenha um papel preponderante.
            Por exemplo, países que dependem da agricultura para a sustentação de seus sistemas econômicos escravizam-se às flutuações de safras de épocas.
            Cada nação tem suas particularidades.
            O que é bom para os estados unidos, nem sempre será para o Panamá, e que é norma, no Japão, não pode ser tomado como base no Egito.
            Em matéria econômica, na prática, é preciso ter os “pés em terra” e observar o que convém a cada povo.
            Os mercados não são iguais.
            Existem leis, normas, preceitos, que regem a teoria econômica, mas, no campo da aplicação, torna-se necessário observar o “comportamento” de cada ambiente.
            Um mercado mobiliário de ações não tem padrões aplicáveis a todos os países.
            É óbvio que existem leis fundamentais que podem regelos, mas não é menos verdade que cada nação tem as suas peculiaridades movidas pelo seu ambiente próprio.
            Em tais ambientes, faz-se necessário observar aqueles fatores já enfocados, ou sejam:
            1 – Os de natureza psíquica;
            2 - Os de natureza social;
            3 – Os de natureza econômica, propriamente ditos;
4 – O de natureza política.

Todos eles são preponderantes, cada um em sua dosagem própria. 

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