Memória Gustativa

Por Evandro F. Ledema

Doce e achocolatada Infância

Ah, saudades da infância eu não tenho pois a aproveitei bem, apesar de parar e ficar em devaneios quando alguém ou algo traz de volta  memorias antigas. Se algo marca a infância de todos é o tipo de alimentação que temos enquanto vivemos em  nossos pequenos mundos e aventuras, sempre  quando estávamos num momento fatídico da brincadeira chegava a mãe com pratos, bolachas e sucos marcando a pausa do herói na sua incessante jornada. É assim que começo a falar de minhas memorias gustativas, relembrando os bons e ruins momentos da apreciação da comida.

Começo falando de minhas lembranças primevas ,quando tinhas entre entre cinco e seis anos, por incrível que pareça, ou não, eu esperava ansioso todos os dias, quando eu acordava, receber minha mamadeira com leite quentinho e achocolatado, quando minha amada mãe falhava com essa rotina eu simplesmente me sentia destruído, jogado na lama. Avançando um pouco no tempo eu me lembro de levantar, já com a rotina escolar, e preparar meu leitinho gelado com chocolate, detestava quando minha mãe fazia meu leite pois ela fervia-o antes. Antes  do almoço na escola minha irmã comprava salgados para mim, lembro de pedir sempre risoles, como eu amava aquela massa, ou pastelão, com o tempo passei a comprar meus lanches e da sexta serie para cima não lanchava, pois juntava o dinheiro para comprar coisas no mercado perto de casa.

Almoçava arroz, feijão preto ou marrom, salada de alface e tomate, frango ou carne, como vocês podem ver é o almoço tradicional do brasileiro, as vezes para quebrar a rotina tinha massa, lasanha ou macarrão, esporadicamente. Minha infância eu era muito enjoado para comer, não comia e não como porco, menos linguiça e derivados, das aves só comia o file de peito e ainda faço isso, carne bovina comia quase qualquer parte menos umas coisas estranhas como coração, bucho e etc.

Na parte da tarde lanchava, durante a pausa das brincadeiras, pão com leite ou bolachas recheadas, um pão feito pela minha avó que ficava grande e muito macio, nossa eu comia esse pão até  não conseguir me mexer, depois com o fluxo de sangue direcionado para o meu estomago eu ficava quieto e lendo revistas em quadrinhos ou assistindo televisão.

Para minha janta eu comia o mesmo do almoço, comida requentada, e estava pronto para estudar as tarefas do próximo dia de aula e depois dormir.

Essas refeições sempre foram acompanhadas pela minha mãe, minha irmã, 3 anos mais velha, meus avós raramente por uma amigo.

Aos domingos, após voltar da igreja, estava pronto um banquete e toda a família direta reunida mais a família de tios e tias, como era bom, muito refrigerante, muita carne, picanha, costela ou muitos espetinhos, arroz branquinho e solto, pouca salada e muita linguiça, no bom sentido, amava os domingos e hoje apesar de ser mais humilde, ou não, é o dia mais esperado da semana, me preparo durante a seis dias para no sétimo eu ir para minha igreja e chegar numa casa tranquila e amorosa com comida feita com todo carinho para mim e meus amigos e familiares.

Com o passar do tempo meu paladar se modificou e me tornei tolerante a varias coisas, menos a comidas estranhas como: bucho, dobradinha e coisas que só de ver me enojam, como todo tipo de saladas, carnes de boi, files de peito de aves, bacon, calabresa, linguiça, tudo menos o porco em si, bem eu mudei um pouco, mas nem tanto. 

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