Ninguém é 100% lógico


Por Caio Rodrigues Sukinha

Por mais que possamos procurar a racionalidade , a coerência e a serenidade, nenhum ser humano é 100%lógico. E se porventura alguém é 100% lógico, racional, é aconselhável fugir dele, pois será um carrasco, um aparelho de reagir e julgar rígido. Estará preparado para se relacionar com máquinas e não com os imprevisíveis e contraditórios seres humanos.

Só os computadores são invariavelmente matemáticos. Nem é desejável sê-lo. Por quê? Porque não apenas a irritabilidade , o egoísmo e a arrogância são frutos ilógicos da emoção, mas também o amor, a compaixão, a solidariedade e o perdão.

Steven Pinker, professor de psicologia e diretor do Centro de Neurociência Cognitiva no Instituto Tecnológico de Massachussetts, reconhece que ainda há muitos mistérios sobre a mente, a consciência o "self", o significado, o conhecimento e a ética. Mas discordo quando diz que a mente é um sistemas de órgãos de computação para resolver o tipo de problema que os nossos ancestrais enfrentavam para se manterem vivos( Pinker,2001).

A mente só resolve os problemas de sobrevivência se for treinada, equipada, educada. Uma vez equipada com os códigos da inteligência, a capacidade de resolução mental ultrapassa os limites da lógica, tem uma versatilidade inatingível pelos computadores.

Explique o que é o amor. Ele é inexplicável. Toda pessoa que ama é ilógica, se entrega mesmo sem ser correspondida. Quem tem paciência com quem erra, é ilógico. A paciência não pode ser prevista em um programa lógico de computador. É mais do que esperar, dar um intervalo de tempo- é uma intenção subjetiva, é confiar e dar créditos a quem não merece, pelo menos em um determinado momento. Quem se esquece de si mesmo e pensa na dor do outro também é ilógico.

O ódio e o amor, arrogância e a humildade, nascem em fontes muito próximas , em fontes que transcendem os limites das leis da matemática , no indecifrável e imprevisível mundo da mente humana.

Quem aprende a a decifrar o código os mais excelentes códigos da inteligência deixa o mundo intolerante e inflexível da lógica e dos números, e se humaniza. Torna-se paulatinamente resilente , maleável, sensível , compassivo, paciente, generoso , magnâmico. Quanto mais decifra os códigos mais uma pessoa se torna um ser humano e menos deixa de ser um deus rígido e auto-suficiente. Infelizmente como não aprendemos a decifrar os códigos, temos mais deuses do que seres humanos na humanidade.

Trecho extraído do livro O código da inteligência de Augusto Cury


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